Larissa Coutinho Fonseca é fonoaudióloga graduada na Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Realizou o curso de especialização em Psicopedagogia pela Universidade Estadual de Montes Claros, UNIMONTES. Desde os tempos da faculdade, iniciou seu aprendizado da LIBRAS, Língua Brasileira de Sinais. Trabalha como fonoaudióloga clínica em consultório particular, sendo que entre os anos de 2007 a 2011, atuou exclusivamente na área de Audiologia Educacional, atendendo crianças surdas desde o diagnóstico até a protetização e (re)habilitação. Além de docente na graduação, também ministrou aulas em cursos de pós graduação, extensão e aperfeiçoamento para outras instituições de ensino. Atualmente, é proprietária da clínica FONOAUDIOLOGIA: centro auditivo e terapêutico LARISSA COUTINHO FONSECA, clínica de Fonoaudiologia situada na cidade de Brotas, interior de São Paulo. A seguir, Larissa disponibiliza à ADAP suas orientações para um melhor aproveitamento das aulas escolares pelas crianças com deficiência auditiva.
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“Atitudes que favorecem a inclusão do aluno com perda auditiva na escola
É importante que o professor saiba favorecer a inclusão do aluno com perda auditiva na escola, adotando tais condutas:
Condições básicas para o bom desempenho do aluno com perda auditiva em sala de aula
- Localização do aluno com perda auditiva na sala
É importante que o professor determine o lugar do aluno na sala, garantindo a proximidade entre ambos. Caso o aluno use aparelho auditivo ou implante coclear, quanto mais próximo estiver o falante (professor) do microfone destes aparelhos, melhor será a percepção dos sons da fala pelo aluno. Isto também favorecerá a leitura orofacial (leitura labial), recurso muito utilizado por pessoas com perda auditiva e especialmente importante ao considerarmos o ruído da sala de aula.
- Ruído na sala de aula
Para aprender, toda pessoa precisa de um ambiente silencioso, e o aluno com perda auditiva mais ainda. Os ruídos da sala de aula (arrastar cadeiras e mesas, ruídos que vem do pátio ou da rua, ventiladores ligados, etc.) também são amplificados pelo AASI e/ou transmitidos pelo IC ao aluno acabam mascarando a voz do professor. Tente reduzir ao máximo o ruído, colocando ponteiras de borracha ou pedaços de feltro nos pés de cadeiras e mesas, e cortinas e plantas, na sala de aula por exemplo. Se possível escolha uma sala de aula cuja janela não esteja voltada para uma rua muito movimentada ou um pátio muito usado na escola.
- Iluminação adequada
Assegure boa luminosidade no ambiente, pra facilitar a utilização da leitura orofacial. O ideal é que o professor fique sempre de frente para a janela. Assim, a iluminação natural envolverá o seu rosto.
- Comunicação na sala de aula
É imprescindível que todos os colegas e os professores dos alunos com perda auditiva conversem normalmente. O professor tem um papel muito importante no acesso, na construção e no aprimoramento da linguagem oral do aluno, portanto, converse, conte histórias, pergunte, explore ao máximo o uso da língua oral na sala de aula e lembre-se: garanta a compreensão do que é dito na sala de aula. Exemplifique, mostre ao aluno sobre o que você ou os outros alunos estão falando. Com isso, o aluno com perda auditiva se sentirá seguro para se expor frente a todos na escola.
Em resumo, destacam-se cinco pontos essenciais para o melhor desempenho do aluno com perda auditiva em sala de aula:
1- Atenção do aluno ao professor
Sempre que se dirigir à classe, verifique se o aluno com perda auditiva está com atenção voltada para você.
2- Inteligibilidade de fala
Fale sem alterar a velocidade da fala, a articulação e o tom da voz e esteja próximo ao aluno.
3- Transmissão de conceitos
Exponha e repita ideias e conceitos de forma variada, com vocabulário adequado e acessível ao nível da linguagem do aluno e verifique sempre o que este compreendeu do que foi dito.
4- Respeito às diferenças individuais
Dê a oportunidade para o aluno ser compreendido por você e por todos da classe, aceitando e respeitando suas diferenças individuais. A maioria das crianças com perda auditiva ingressa na escola antes de alcançar o domínio da linguagem oral, mas com grande potencial para a comunicação e aprendizagem.
5- Acompanhamento do desempenho escolar
Transmitir o conteúdo questionando o aluno sobre o que ele aprendeu é uma forma de avaliar se as explicações e uso de recursos didáticos diversos estão garantindo a compreensão;
E mais! Avaliar o aluno oralmente é um recurso importante, visto que nem sempre o aluno com perda auditiva conseguirá expressar-se tão bem na escrita quanto oralmente. Lembrar que, para a maioria dos alunos com perda auditiva ouvir, falar, ler e escrever são habilidades vivenciadas e apreendidas quase que ao mesmo tempo, e sua habilidade pode ser restrita, o que pode comprometer a avaliação do conteúdo;
Conversar com os pais sobre os objetivos das aulas, os conteúdos ministrados e sobre as formas de avaliação é muito importante! Os pais poderão inclusive ser orientados a simular provas e conversar antecipadamente com o filho sobre conteúdos que ainda serão ministrados. Explorar com o aluno/filho anteriormente os temas que ele estudará em sala de aula certamente o auxiliará a compreendê-los melhor.
Algumas estratégias para melhorar a comunicação com a criança/aluno/pessoa com perda auditiva, descritas por Bevilacqua e Formigoni (1997) são:
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