Fga. Elisa De Biase Hopman

A fonoaudióloga Elisa De Biase Hopman, graduada pela Faculdade de Odontologia de Bauru - USP-SP, com Mestrado em Fonoaudiologia Clínica pela PUC-SP e realizando atendimento clínico fonoaudiológico de crianças, adolescentes e adultos na Clínica Grau e na Espaço Aura Clínica de Fonoaudiologia e Psicologia LTDA, nos dá sua visão sobre o Implante Coclear em crianças e orientações aos pais e familiares.

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"Implante Coclear na criança portadora de deficiência auditiva

O diagnóstico precoce é um dos fatores preponderantes para o sucesso da terapia de reabilitação/habilitação auditiva, pois é nos primeiros anos de vida que acontece a maturação neurológica; portanto, a identificação da deficiência auditiva deve ocorrer o mais cedo possível, assim como a consequente intervenção terapêutica. Estudos encontrados na literatura justificam essa importância, como o trabalho de YOSHINAGA-ITANO et al, que realizaram em 1998 um estudo comparativo das habilidades de linguagem com um  grupo de crianças deficientes auditivas que iniciou a intervenção antes dos seis meses de idade e outro grupo que a iniciou após este tempo. Foi encontrado no primeiro grupo um melhor desempenho tanto em habilidade de linguagem quanto em outras habilidades cognitivas.

O impacto da deficiência auditiva na família

As reações dos pais frente ao diagnóstico de uma deficiência são denominadas "reações de lamentações", sendo a primeira reação o choque, a segunda a identificação, quando eles se conscientizam da realidade; a terceira é a negação, quando tentam esconder e não entram em contato com a deficiência do filho; a quarta é a aceitação, quando os pais começam a ter um sentimento positivo frente à deficiência do filho e sendo este fundamental para a última reação: adaptação ou ação construtiva, quando os pais reestruturam suas vidas e enxergam que há objetivos a serem alcançados. A decisão do tratamento com o Implante Coclear junto com a fonoterapia acontece durante estes processos e devemos estar atentos a cada um deles para ajudar melhor a família nas suas decisões e expectativas de todo o processo terapêutico.

Expectativas

O candidato ao Implante Coclear e sua família devem ser orientados quanto ao objetivo do uso do Implante: as expectativas devem ser abordadas, pois muitas vezes há ideias irreais que atrapalham o prognóstico do trabalho de reabilitação/habilitação auditiva. Podemos citar alguns assuntos que fazem a diferença no prognóstico e que devem ser ditos durante a adequação das expectativas: se a criança é pós ou pré-lingual, quantidades de fibras do nervo auditivo, uso efetivo de AASI (Aparelho de Amplificação Sonora Individual) antes da cirurgia do Implante; família; escola; fonoterapia frequente e especializada na reabilitação/habilitação auditiva e intenção comunicativa da criança.

Fonoterapia: reabilitação/habilitação auditiva

Para que se favoreça a aquisição de linguagem da criança deficiente auditiva, é necessário que se enfoque uma atividade de interação com o outro, junto com um aproveitamento máximo da audição residual quando adaptado o AASI e após a cirurgia, o aproveitamento máximo do Implante Coclear com um eficiente mapeamento.

A criança deve estar inserida em um espaço simbólico para que haja uma referência no seu desenvolvimento da sua identidade de falante, primordial para a aquisição da linguagem oral. A terapia auditiva de reabilitação/habilitação oral requer este contexto, onde a utilização máxima da audição dada pelos dispositivos (AASI e ou IC) depende de constante contato com a família no sentido de trabalhar as expectativas dos pais no processo da criança tornar-se um surdo que fala.

Dicas

  • Falem sempre de frente, olhando para o seu filho.
  • Evitem puxar a criança pelo braço, pois ela escuta com o dispositivo e, portanto, deve ser acostumada a ser chamada pelo nome.
  • A criança ouve primeiro e, depois, fala. Assim, conversem sempre com ela, expliquem o cotidiano verbalmente.
  • Em casa é importante que a criança tenha brinquedos e um espaço para ser estimulada.
  • Mostrem o significado das palavras usando o contexto, como por exemplo: tchau, acabou achou...
  • Usem onomatopéias: au au, piu piu, miau, para falarem dos animais no início da estimulação da linguagem oral.
  • A fala precisa de tempos de silêncio do interlocutor para dar à criança momentos em que ela tenha oportunidade para falar.
  • Mostrem à criança os sons ambientes da casa: chuveiro, bater de panelas na cozinha, torneira aberta, entre outras situações.
  • Cada som que a criança realizar, repetir de forma espontânea.
  • A família e a criança devem ter um espaço dialógico, onde ela (criança) seja um sujeito atuante no mundo de significações."

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