Conheça Alessandra Drumond, a criadora do Blog O Milagre da Audição

Hoje trouxemos a história da blogueira Alessandra Carolina Drumond. Natural de Ilha Solteira/SP, Alessandra criou o seu blog O Milagre da Audição para compartilhar suas dúvidas, descobertas e experiências a partir de quando escolheu passar pela cirurgia de Implante Coclear. Acompanhe a seguir sua narrativa!

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“Nasci numa cidade do interior de São Paulo, Ilha Solteira (quase no Mato Grosso do Sul). Mesmo não havendo teste da orelhinha na época, posso dizer que nasci ouvindo, pois comecei a falar e a cantar, como outras crianças (minha mãe até gravou meu Atirei o Pau no Gato, aos dois anos). Só que, nessa fase em que eu começava a falar e a cantar, contraí caxumba bem forte, que até precisei usar tala no pescoço para imobilizar.

Minha mãe conta que, logo após a caxumba, ela notou que me chamava e eu não atendia. Chamou uma amiga que era vizinha e ela também notou isso. Pronto. Começou a correria aos médicos especialistas, otorrinos e fonos, precisando realizar viagens para uma cidade maior, pois Ilha Solteira era tão pequena que não havia a quem recorrer nesse caso.

Minhas tias moravam em Campinas, e lá foi minha mãe, me carregando no colo, procurar saber o que houve comigo. Fomos ao Instituto Penido Burnier (atualmente também funciona ali o Hospital Santa Sofia, que realiza cirurgia de Implante Coclear). O médico que me atendeu confirmou para mamãe: "Sua filha perdeu toda a audição, provavelmente por causa da caxumba".

Segui minha vida, com mamãe correndo para fonoterapia comigo, buscando o melhor aparelho de audição para mim e insistindo para que eu usasse. Comecei usando um aparelho de caixinha aos cinco anos, que pendurava na gola da blusa bem perto da minha boca (era próprio para treinar a fala). Ele possuía dois fios com molde para cada orelha e usava pilha comum. Lembro que não gostava de usar e sentia vergonha por chamar a atenção das pessoas, mas minha mãe teve pulso firme e segurou as pontas comigo. Graças a Deus!

Aos oito anos, ganhei um aparelho mais discreto, o retroauricular (aqueles beginhos), somente no ouvido direito. Fiquei toda feliz, afinal, poderia passar despercebida pelas pessoas, sem ninguém me parar para ver meu aparelho e perguntar o que era aquilo, o que naquela época parecia coisa de outro mundo. Hoje eu ando com meu cabelo preso e nem ligo para isso, pois se alguém nota, já sabe o que é e isso não é mais novidade, como naqueles tempos.

Aos 16 anos, já no colegial, busquei informações a respeito de alguma cirurgia para tentar recuperar a audição, mas não tive muito sucesso. O médico alegava que só existia no exterior e era muito arriscado para mim, por ter afetado o nervo auditivo. Diante dessa afirmativa, segui minha vida achando que viveria assim para sempre, ouvindo só com um ouvido.

 A vida foi passando e, num belo dia de 2012, já casada e com quatro filhos, meu aparelhinho analógico de quase 20 anos (ele já era o terceiro ou o quarto aparelho e o que durou mais tempo) deu os primeiros sinais de que iria parar a qualquer hora, para meu desespero, pois já não existiam mais aparelhos analógicos e eu não me adaptava a nenhum digital. Comentei isso com um médico otorrino numa consulta por causa de rinite e ele me perguntou se eu não queria experimentar, sem compromisso, alguns aparelhos com a fono da clínica dele.

Concordei e lá estava eu na semana seguinte, experimentando várias marcas e foi quando a fono me perguntou, com a minha audiometria em mãos: "Você conhece o Implante Coclear?". Falei: "O que é isso?". E ela explicou que era uma cirurgia e que eu poderia ouvir melhor. Não convencida, expliquei que meu caso não tinha jeito, que eu tinha ido a um médico aos 16 anos e que ele disse que não podia mexer no nervo auditivo porque estava ligado no cérebro e tal e a fono respondeu: "Hoje tem jeito! Hoje tem solução!".

Lembro que me calei e prestei muita atenção na explicação dela sobre o Implante Coclear. Eu nunca tinha ouvido falar! Talvez tivesse escutado sobre alguma reportagem falando de cirurgia para recuperar audição (existem vários tipos), mas especificamente o IC, nunca. Como pode?

Foi quando comecei a pensar sobre o IC na minha vida. Devo fazer? Estava me sentindo bem só com um ouvido. Teria necessidade? Ou devo tentar melhorar? Por que não tentar? Não tinha nada a perder e resolvi tentar o IC no ouvido que estava sem ouvir desde os meus oito anos. Decidi fazer.

Um dia, estava tomando banho e pensei: “por que não começar a escrever sobre minha experiência de vida com o IC?”. Tinha aberto um blog, que estava sem nome e sem ideia. Pronto! Assim poderia ajudar outras pessoas que estivessem na mesma situação que a minha, cheia de dúvidas sobre o Implante Coclear. Eu sequer conhecia um blog sobre IC, embora já existissem alguns bem famosos no meio dos implantados, e também sequer conhecia alguém implantado. As únicas fontes de informações que eu tinha eram meu médico cirurgião e a fono.

Comecei a escrever o blog no período entre a minha decisão de fazer o IC e a cirurgia. Nessa época, surgiu muita insegurança, e escrevi também sobre isso. Acho importante escrever não só sobre as coisas boas e o resultado maravilhoso que o IC nos proporciona, mas também escrever sobre as dificuldades, anseios, dúvidas, enfim, tudo que faz parte da adaptação no tratamento, inclusive a perseverança, que foi muito importante para que eu conseguisse chegar onde estou. Hoje sou bimodal: uso AASI no ouvido direito e IC no ouvido esquerdo. Juntos, eles se completam. A fusão dos dois sons deu certo para mim.

 No blog, eu conto como foi minha experiência durante e após a cirurgia, os primeiros sons que ouvi através do IC, antes imperceptíveis. Logo que ativei, lembro que minha filha estava sentadinha no banco de trás e eu dirigia. De repente, ouvi um barulhinho e quando vi, ela estava brincando com os botões da frente do tape do carro, como se fosse controle de vídeo game. Gente, fiquei deslumbrada!

Também escrevi no blog sobre minha recente descoberta, em que o real motivo da minha perda de audição poderia não ter sido a caxumba em si, e sim a Síndrome de Pendred. Ou seja, eu poderia perder minha audição mesmo se não tivesse tido caxumba. Segundo o que consta, essa síndrome causa perda auditiva profunda em algum momento da primeira infância.

Nossas vidas são cheias de altos e baixos, não é mesmo? Mas graças a Deus, a tecnologia, cada vez mais avançada, nos tem ajudado em muitos casos e nos possibilita buscar melhor qualidade de vida. O Implante Coclear é uma dessas maravilhas!

Por Alessandra Carolina Drumond”.

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